DEQUINHA, UM CRAQUE INCOMPARÁVEL
POR ANDRÉ FELIPE DE LIMA
Flamengo joga amanhã/ vai haver mais
um baile no Maracanã/ o mais querido tem Rubens, Dequinha e Pavão, eu vou pedir
pra São Jorge...”. Quando compôs a letra deste samba, talvez o genial sambista Wilson
Batista não imaginaria que aquele time do Flamengo tricampeão carioca em 1953,
54 e 55, cantado por ele em prosa e verso, fizesse do clube rubro-negro o mais
querido do Brasil. Se hoje, quem está na faixa dos 60 anos vibra, chora e se
descabela pelo time de coração agradeça aos ídolos que conquistaram o “tri”
mais famoso da história do clube da Gávea. Reverenciem os goleiros paraguaios
Garcia e Chamorro; a turma de trás, com Servílio, Pavão, Tomires, Jadir,
Joubert e Jordan; ao cerebral meia Dequinha e à rapaziada do ataque, com Rubens
[o Doutor Rúbis] Evaristo de Macedo, Joel, Duca, Benitez [outro
paraguaio], Dida, Esquerdinha, Índio e Zagallo. Reparem, há apenas um na meia
cancha. E como não é mistério para os que entendem o mínimo de futebol, quem
joga no meio-campo é o “craque-cabeça” do time, o que, em tese, pensa mais. O
que percebe no gramado o que nenhum outro jogador enxergaria. Pois esse craque
foi José Mendonça dos Santos, o Dequinha, um centromédio que jogou todos os 84
jogos do Flamengo nas três campanhas que moldaram o segundo “tri” do Mengão.
Provavelmente um recorde inigualável nos tempos atuais. Feito memorável para
constar em qualquer listinha de Guinness que pipocam por aí.
Dequinha carregava o piano,
mas também jogava muito. Capitão do time, não dava refresco aos adversários e
deixava qualquer zagueiro — que jogava ao seu lado, é claro — muito tranquilo.
Errar passes ou meter a sola não era praxe da cartilha do meia, também capaz de
lançamentos de longa distância. Como frisamos, o cara pensava por ele e mais
alguns do time. Uma espécie de herdeiro do estilo de Danilo Alvim, do Vasco,
que se preparava para pendurar as chuteiras quando Dequinha começava a
calçá-las no Flamengo.
Equilíbrio da linha média de 55, Dequinha teve
Jadir, na direita, e Jordan, na esquerda — o mesmo que Garrincha considerava
como seu marcador mais leal — como companheiros ideais. No entanto o grande
parceiro de meio de campo era Rubens. Ambos formaram uma dupla que estava na ponta
da língua de qualquer torcedor que ousasse escalar um escrete. Só Zezé Moreira,
na época treinador da seleção, ignorava os dois craques rubro-negros.
A FAMÍLIA DE
DEQUINHA
Certa vez Luiz Gonzaga dos Santos, um
caboclo da cidade de Caraúbas, no Rio Grande do Norte, muito jovem ainda,
resolveu deixar o canto de terra que lhe vira nascer, indo integrar-se à vida
de outra cidade do estado potiguar: Mossoró. Lá, passou a trabalhar numa
fábrica e casou-se com Isaura Freire. Tiveram nove filhos, dentre os quais quatro
[sendo três meninas] que morreram ainda nos primeiros meses de vida.
O primogênito fora batizado com o
nome de José dos Santos Mendonça. A partir do segundo filho, o casal fizera uma
promessa: dali em diante todos os filhos seriam batizados com o nome do santo
do dia. Sendo assim, no dia 19 de março de 1929, dia de São José, nascera mais
um rebento. Como o filho mais velho do casal chamava-se José, não houve outra
alternativa: batizaram o novo filho como José Mendonça dos Santos. E foi assim,
sucessivamente, após o nascimento dos irmãos de Dequinha. Vieram Francisco,
Antônio e — não houve jeito — Maragarido, este nascido no dia de Santa
Margarida.
Quando Dequinha tinha apenas 12 anos,
sua mãe, aquela quem lhe dera o apelido que o marcaria para sempre, falecera.
Não houve explicações plausíveis para o adoecimento de Isaura apenas o fato de
ela ter ficado acamada após comer uma manga à noite. Dois anos após a tragédia
familiar, o pai de Dequinha casou-se novamente. A felizarda foi Severina Ramos
dos Santos. Do enlace nasceu mais um irmão de Dequinha, João Simeão dos Santos.
INFÂNCIA DE UM
MENINO LEVADO
Dequinha era um menino levado. Foi
assim até a adolescência. Quando não quebrava vidraças, caçava passarinhos e
saía no tapa com os outros moleques de sua idade. Às vezes, no meio da briga,
até mordia alguns deles. O próprio reconhecera isso, em entrevista[3] de 1954. “Eu fui um verdadeiro demônio!
Não compreendo, até hoje, como pude ser um garoto tão danado!”. Volta e meia um
pai de um menino que apanhara de Dequinha batia à porta de Seu Luiz,
que, inconformado com a postura do filho, descia, à velha moda sertaneja, o
couro no menino. O curioso é que era bom aluno. Estudava na escolinha
improvisada do seu Domingos, algo comum até hoje, nos rincões mais distantes do
Brasil. Volta e meia matava aulas para jogar bola, ou mesmo a incomum sinuca com
bola de gude, “esporte” inventado pela turma do Dequinha. Era realmente
incorrigível.
Seu curso primário foi concluído em
1942, quando atingira os seus 13 anos, tendo ficado a espera, por todo o ano de
1943, de que seu pai conseguisse meios de mandá-lo a novo colégio, onde
cursaria o ginasial. Enquanto isso, o jovem tirava o máximo proveito de suas
horas de folga, urdindo travessuras continuadas. Os dias e os meses se
sucediam, sem que o sr. Luiz Gonzaga pudesse proporcionar ao filho o necessário
para prosseguir nos estudos, apesar dos esforços desenvolvidos nesse sentido,
de vez que sua situação financeira não era das melhores. Em vista do que
ocorria, Dequinha foi encaminhado a uma oficina mecânica, onde deveria iniciar
a aprendizagem do ofício, para garantia de seu futuro
Foi trabalhar na oficina de Tertu Ayres, em
Mossoró, em 1944. Recebia 30 cruzeiros de salário mensal. Quem o ensinou os
ofícios foi Waldir, seu chefe e mestre da oficina e que o levou para trabalhar
em outra oficina, na qual conheceu Sabino e Manoel Andrade, seus dois novos
amigos. Já contava 16 anos e sequer guardou o mínimo resquício daquele menino
levado que fora. Tornou-se responsável e trabalhador. Um exemplo para os
rapazes de Mossoró. “Graças a esses amigos, consegui obter uma progressão
sensível em meus salários, que de 150 cruzeiros passaram a 240 mensais”, disse
Dequinha, que ficou na oficina, logo em Mossoró também, até setembro de 1947.
Seguia o jovem para Natal, no Rio Grande do Norte, em busca de crescimento
profissional.
Pensara em ingressar na Marinha, mas
o pai não via a ideia com bons olhos. “Tive vontade de entrar na Marinha.
Aquela farda me enchia os olhos. Ficava enciumado quando via a marujada
entrando nos navios para conhecer novas terras. Ainda mais que tinha colegas
mecânicos na Marinha". O pai de Dequinha é quem o impediu de ingressar na força
armada. “O ‘velho’ deu o contra. Não consentiu de maneira nenhuma. Eu pensei
que jamais conheceria o estrangeiro, mas o Flamengo me deu essa satisfação.”
DE MOSSORÓ À NATAL
A primeira vez que Dequinha calçou um
par de chuteiras foi em 1946, defendendo o Atlético F.C., de Mossoró. Atuava
como ponta-esquerda. E com o clube, disputou o campeonato da cidade, sua
primeira competição. Em julho do mesmo ano, seguiu para o ABC. F.C., da mesma
cidade, clube em que permaneceu até fevereiro de 1947, quando seguiu para o
Potiguar. De onde embarcou num pau de arara e rumou para Natal, o que seus
familiares, sobretudo o pai de Dequinha, definiam como uma “ridícula aventura
Chegando a Natal, Dequinha hospedou-se em casa de
sua tia, D. Belinha Mendonça, que passou a desempenhar em sua vida o papel de
uma segunda mãe. Em busca de um trabalho na nova cidade, Dequinha encontrou,
casualmente, o amigo Cezário, com que jogara no Potiguar, de Mossoró. Comovido
com a situação do jovem, Cezário encaminhou-o ao ABC, de Natal, com cujo clube
Dequinha conquistaria seu primeiro título na carreira, o campeonato da cidade, em
janeiro de 1948. Vicente Farache, então técnico e presidente do ABC, apostara
em Dequinha, que, embora não fosse profissional, era tratado como tal. Tinha
casa, alimentação e uma parruda ajuda de custos de 600 cruzeiros mensais.
Gostavam tanto de Dequinha que Antônio Farache, irmão de Vicente, presenteou
Dequinha com um relógio de ouro caríssimo.
Com as incursões do ABC em Pernambuco
e no Ceará, Dequinha despertou a cobiça de grandes clubes, como Fortaleza,
Ceará, Sport e Santa Cruz. Mas a proposta que mais encantou o então jovem
craque partiu de Rubem Moreira, cartola do América, da capital pernambucana, em
dezembro de 1948. Sua “fuga” do ABC estremeceu a relação de Dequinha com todos
no time potiguar. “Pela madrugada, eu deveria embarcar no avião que me levaria
ao destino, mas os diretores do ABC já haviam suspeitado de tudo, naturalmente
levando em conta a presença dos emissários do clube pernambucano e que
estiveram à minha procura. Diante do rumo que tomaram as coisas, vi-me obrigado
a confessar o meu arrependimento, prometendo aos meus bons e inesquecíveis
amigos dr. Vicente e Sr. Antônio Fracahe, que jamais pensara em deixá-los.”
Dequinha desistira do América na última hora, mas o assédio dos clubes não
cessara. Em fevereiro de 1949, o Sport convidou Dequinha para passar o carnaval
em Recife. A ideia ia muito além de uma festa momesca. Dequinha seguiu para a
Mossoró a fim de rever a família e depois partiu para a capital pernambucana,
em sua primeira viagem de avião].
Ao chegar em Recife, Dequinha
hospedou-se nas dependências do Sport, na Ilha do Retiro. Seus primeiros
treinos agradaram. Tinha tudo para permanecer no rubro-negro, mas nem o técnico
Viola e tampouco os cartolas do clube falavam em contrato. A indefinição incomodara
Dequinha, que decidiu atender a um convite de seu conterrâneo, Julio Gezo de
Carvalho, que o apresentou a Novamuel, um ex-jogador argentino que defendeu
Vasco e que passara a treinar o América de Recife. Negócio fechado. Dequinha
trocaria o Sport pelo novo clube e receberia 7 mil cruzeiros de “luvas” e um
salário mensal de 800 cruzeiros, durante um ano de contrato. E o resultado
durante a primeira temporada foi muito bom, com o América terminando o
campeonato estadual de 1949 na terceira colocação
O VERMELHO E O NEGRO NA VIDA DE DEQUINHA
A performance de Dequinha, que media 1,66m de
altura e calçava 41, empolgou Rubem Moreira, que sempre diz-se torcedor do
Flamengo. O cartola avisara ao jovem que um dia jogaria pelo time carioca. O
assunto esfriou, Dequinha nunca deu muita bola para o vaticínio de Moreira, mas
as coisas mudariam em junho de 1950, quando o cartola embarcou para o Rio de
Janeiro e levou a tiracolo Dequinha. Bastaram dois treinos para que o técnico
do Flamengo, Gentil Cardoso, indicasse a contratação do jovem craque
nordestino. O Flamengo autorizou Moreira a negociar o passe de Dequinha com o
América, em Recife. O clube da Gávea pagou mil cruzeiros e o negócio foi
fechado.
O rapaz, que não fumava e não bebia
nada alcoólico, não acreditava que estava na então capital federal, vestindo a
camisa do Flamengo e ganhando 4 mil cruzeiros mensais mais 18 mil de luvas, sob
um contrato de um ano. Ficaria ainda melhor quando, meses depois de chegar à
Gávea, seu contrato seria renovado para dois anos e o salário quase dobrara,
saltando para 7 mil mensais.
Por coincidência, Dequinha estreou
sob o comando do treinador Cândido de Oliveira contra um outro América, porém
carioca, no dia 17 de setembro de 1950, jogando no lugar de Hermes, na
meia-esquerda e não de centromédio, onde vinha treinando. O jogo terminou 2 a
2. Flávio Costa, quando assumiu o comando do time foi quem percebeu que
Dequinha deveria recuar um pouco mais. E o melhor centromédio da história do
Flamengo começava a despontar.
“No princípio eu não gostava do Rio.
Foi tudo muito difícil para mim. Antes de chegar a treinar no Flamengo, adoeci.
Estava com o fígado arrebentado. Também não poderia treinar mesmo, pois já
cheguei ao Flamengo contundido. O dr. Gilberto [Cardoso], que, nesse tempo, era
o o chefe do Departamento Médico do clube, era quem me animava. E já estava com
vontade de voltar. Imaginem que, com três mêses de Flamengo, eu ainda não tinha
dado um treino. Dr. Gilberto, porém, mesmo sem me ver jogar, tinha confiança em
mim e não me faltou com sua atenção. Até comida especial era feita para mim,
por ordem dêle. Por isso eu não posso pensar, nem de leve, em sair do Flamengo,
enquanto o dr. Gilberto Cardoso estiver no clube”, disse Dequinha à Gazeta
Esportiva, em 1954.
Apesar das boas atuações em 1950, Dequinha
deparou-se, porém, com uma oposição: o novo técnico do Flamengo, Flávio Costa,
que, embora apreciasse o futebol arte de Dequinha, deu a posição de centromédio
para o veterano Modesto Bria. O rapaz de Mossoró só teria uma nova chance de
brilhar durante a vitoriosa excursão do Flamengo à Europa, em 1951. E não a
desperdiçou. Jogou uma barbaridade para nunca mais sair do time titular.
Era uma das promessas para o
campeonato carioca de 51, como salientou o repórter Vasco Rocha: “Este ano será
dele [...] Deverá ser, segundo as previsões otimistas dos entendidos [...] uma
das revelações deste ano para alcançar pleno apogeu em 52 [...] E surgirá como
um médio de excepcionais recursos como distribuidor, como preparador de ataques,
como coordenador da ofensiva e como controlador da ação defensiva,
salientando-se pela sua habilidade no controle da pelota, pela sua maestria na
finta e pela eficiência do passe [...] Dequinha se tornará, dentro em pouco,
afirma-se, o elemento-base para a formação da equipe rubro-negra”. Vaticínio
melhor, impossível. Dequinha provou que era craque e foi à Copa de 1954, na
Suíça, mas não jogou. Pela seleção brasileira, foram apenas oito jogos, com
quatro vitórias e dois empates. Naquele ano, já não ganhava apenas um salário
de 7 mil cruzeiros mensais, mas um total de 20 mil mensais, entre luvas e
salário.
As folgas de Dequinha no Rio eram na
praia, no cinema ou ouvindo bolero e tango. A primeira coisa que fazia ao
acordar era ligar o rádio. Mas divertia-se com os dias em que tinha de ficar na
concentração com os companheiros de time, ora jogando sinuca, ora gargalhando
com as piadas contadas pelo zagueiro Pavão. “São impagáveis”, contou à Gazeta
Esportiva, em 1954, Dequinha, cuja preferência literária era José Lins do
Rego, rubro-negro dos mais altivos e que participava do dia a dia do clube,
chovesse ou fizesse sol. O craque tinha uma predileção na bibliografia de Zé
Lins, a obra “Água mãe”, que narrava a vida de um jogador de futebol, do apogeu
à miséria. “É uma lição”, descreveu Dequinha.
No dia 25 de setembro de 1959, uma
sexta-feira, Dequinha sofreu uma grave contusão durante um treino do Flamengo.
Após um dividir uma bola com Henrique Frade, teve a perna esquerda fraturada.
Fora o acidente mais grave na carreira de Dequinha. Fratura dupla na perna
direita. Após meses fora dos gramados, foi sendo esquecido pelos cartolas do
clube, embora o craque sempre negara qualquer mágoa com o Flamengo. A prova do
descaso seria inequívoca [ou mera coincidência].
Logo após recuperar-se da gravíssima
contusão, Dequinha recebeu passe livre. Essa foi a deixa para que Marinho,
ex-companheiro de Flamengo e que auxiliava Paulo Amaral no Botafogo, levasse-o,
em 1960, para o clube de General Severiano, onde foi submetido a um rigoroso
treinamento para recuperar a forma física. Em um jogo contra o Olaria, Dequinha
voltaria a pisar o gramado do Maracanã.
Difícil foi encerrar a carreira. Com
o manto rubro-negro, o craque disputou 374 jogos, dos quais venceu 234 e
empatou 70, assinalando oito gols. No Botafogo, percebera que nunca chegaria a
tanto. Ficara poucos meses no Alvinegro. Insistiu no Campo Grande, de 1960 a
1962, mas percebeu que deveria parar por ali. Tentou ser treinador, mas
contentou-se com a função de auxiliar de Fleitas Solich, “o feiticeiro”, no
Flamengo. Permaneceu na Gávea até 1969 e enveredou por clubes sem expressão.
Tinha bagagem para treinar clubes grandes, afinal foi o cérebro do Fla
tricampeão, mas a timidez que demonstrava foi sempre um grande empecilho para
que juntasse dinheiro.
O erro, segundo o próprio ex-jogador, foi insistir
pela longa permanência no Flamengo. Como jogava no clube pelo qual torcia
fervorosamente, tal paixão teria lhe impedido de aceitar propostas de outros
clubes ou de ter melhores salários porque sempre cedia ao “choro” dos cartolas
na hora em que renovava os contratos. Dequinha chegou a ostentar uma frota de
ônibus no Rio, mas não tinha o mesmo talento com que liderava a meia canha
rubro-negra para administrar negócios. Nos idos de 1950, amealhou um bom patrimônio.
Foram dos apartamentos em Laranjeiras, zona do sul do Rio, cinco lotes de
terreno em São Paulo e Estado do Rio de Janeiro, comprados do pai do
ponta-direita Joel, com quem jogava pelo Flamengo. Além dos imóveis e terras,
também comprou uma caminhonete com a qual ele mantinha um serviço de lotação
entre a Central do Brasil e o Leblon. Recebia com este empreendimento cerca de
10 mil cruzeiros mensais, que completava o orçamento do futebol.
Quando morreu, no dia 2 de fevereiro
de 1997, era funcionário aposentado da Prefeitura de Aracaju, onde trabalhou na
Secretaria de Esportes.
Fã dos intérpretes Ângela Maria e
Orlando Silva e dos locutores de futebol Oduvaldo Cozi e Rui Porto, Dequinha
era reverenciado pela imprensa de sua época como jogador. Assim escreveram, em
1954, para a revista Vida do crack, sobre o grande Dequinha: “É um
prazer ver-se aquele nordestino a bailar na cancha, deitando cátedra,
arrebatando aplausos, E, hoje, simplesmente, o Deca da torcida rubro-negra.
Tratamento carinhoso que reflete perfeitamente o desvelo, o carinho, a gratidão
dessa torcida tão apegada do “mais querido do Brasil”. Muito educado, querido
por todos e avesso ao álcool, Dequinha fora ilibado exemplo dentro e fora dos
campos. Por isso tornou-se um dos maiores ídolos da história do Flamengo e
ícone de uma época que fez do clube da Gávea o mais querido do Brasil... para
sempre.
FONTE – SITE MUSEU DA PELADA